sábado, 11 de abril de 2009

Contrastes


Constrastes da Avenida Paulista



A movimentada Av. Paulista que à muitas pessoas acolhe e fascina, esconde entre seus arranha – céus, inúmeras histórias que tornam pessoas comuns em verdadeiros artistas.
Ao procurar saber quem são as pessoas que nela circulam, me deparei com dois personagens completamente diferentes.

Erlandsson Reinaldo, que mora no Jardim Peri (Zona Norte de S.P).

Ele que é contador e trabalha na tão conhecida avenida há um ano e oito meses, enfrenta uma verdadeira maratona para chegar até aqui.

“Pego um ônibus até o metrô Santana, depois um metrô sentido Jabaquara e faço baldeação na estação Paraíso, para descer na estação Consolação”.

Situação oposta de Beto Lago, que é produtor de eventos e mora na Rua Pamplona. Ao perguntar a Beto como é o acesso para chegar ao seu trabalho ele responde:
“Quando estou no Brasil, não tenho muita dificuldade para chegar até o meu escritório, pois ele fica a dois quarteirões de onde eu moro”.

Muitas pessoas que por aqui passam ficam deslumbradas com tamanha beleza e facilidade de se encontrar praticamente TUDO, desde eletroeletrônicos até comidas exóticas.

Já Erlandsson, que vem à Paulista por obrigação, diz que não gosta de trabalhar aqui pelo fato de ter muita gente, muitos carros e poluição em excesso, sem contar o custo elevado do que se consome.

Ao fazer a mesma pergunta para Beto ele responde:
“Adoro toda essa agitação. Já morei em outros países como Portugal, por exemplo, mas nada se compara a Av. Paulista”.

Os bairros periféricos como o Jardim Peri, não contam com a mesma estrutura deste cartão postal, que tem de restaurantes a museu.
Por vezes, não possuem sequer um local de lazer e entretenimento para os moradores. O que certamente se encontra nesses locais, é um campo de futebol de terra batida para a pelada de domingo.

Apenas por curiosidade fiz uma pergunta a estas duas figuras. Qual o preço do pãozinho onde você mora?
Enfaticamente Erlandsson respondeu:
Custa R$ 4,00 o kilo.
Ao fazer a mesma pergunta ao outro entrevistado tive a seguinte resposta:
“Vou ligar para a Regina, minha secretária. Não faço idéia de quanto custe o pão por aqui”.

Agora um ponto em comum em suas respostas foi quando perguntei sobre o relacionamento deles com seus respectivos vizinhos. Ambos afirmaram:

Praticamente não tenho contato com eles, pois trabalho, inclusive aos finais de semana.

Ou seja, independente da região que more ou classe social que se tenha. A Avenida Paulista recebe a todos de braços abertos


Curiosidades da Paulista
João Carlos Maradei Júnior.
Gerente da Av. Paulista junto a Prefeitura do Município de São Paulo.

Um local onde se tem tantos contrastes sociais e serve como palco de eventos e manifestações, precisa ser administrado de uma maneira única. E o Sr. João Carlos Maradei Jr. É o responsável por essa organização.

Perguntei a ele:

Qual o papel do gerente da Av. Paulista?

O papel do gerente da av. Paulista é coordenar as atividades na região, que envolve 3 Subprefeituras (Sé, Pinheiros e Vila Mariana), encaminhando as solicitações dos munícipes com maior agilidade e cobrando providências mais rápidas. Essa atividade envolve outros órgãos da Prefeitura, como CET, GCM, SP Turis, Limpurb. Essencialmente, focamos na zeladoria da avenida, como preservação do mobiliário urbano (ex: lixeiras, totens, gradis), conservação das calçadas, principalmente em razão dos portadores de necessidades especiais, limpeza, iluminação. O contato mais próximo com os moradores e com quem trabalha na avenida também é função do gerente.

Quais as maiores dificuldades em administrar essa avenida?

Nossa maior dificuldade é a falta de cidadania de alguns, que depredam o patrimônio público, picham o mobiliário, furtam os gradis de proteção das esquinas, andam de skate sem se preocupar com os idosos que andam pela avenida,... Muitos se esquecem que o dinheiro empregado na Paulista é público e ao depredar esses bens, estão atingindo seu próprio bolso. Outras dificuldades são as concessionárias prestadoras de serviço (Sabesp, Eletropaulo, Telefonica), que realizam manutenção na sua rede e destroem a calçada, sem consertá-la depois. Há o caso dos carros de transporte de valores, que insistem em estacionar na calçada.

Até que ponto os eventos e manifestações alteram a rotina daqui?

Há três eventos autorizados na Paulista: a Parada do Orgulho Gay, a São Silvestre e o Reveillon. Manifestações não podem ser proibidas até por um direito constitucional. No entanto, no caso da ocorrência delas, a CET e, principalmente, a PM, são acionadas para manter a ordem. Além de afetar muito o trânsito, atingindo muito o centro da cidade, manifestações na Paulista devem ser evitadas, já que a avenida é principal corredor de acesso a diversos hospitais, como o Hospital das Clínicas, o Hospital do Coração, o Hospital 9 de Julho, o Hospital Santa Catarina, ProMatre.

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