sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MEU NOME NÃO É VALTER!

Sou uma mulher, tenho certeza disso!
Pode até parecer estranho eu escrever isso, mas às vezes preciso realmente parar e dizer como se fosse uma auto-afirmação sabe?!
Nasci em uma família totalmente feminina. Fui criada apenas por mulheres e 10 anos depois da minha existência, nasce mais uma calcinha em casa.
Sou uma mulher descolada (até demais), não me tornei frágil pelo fato de não ter um braço “másculo” pra me proteger. Pelo contrário, desde pequena sempre me protegi com meus próprios bracinhos... rs
Meu apelido na escola era “Ana Machadão”. Se analisado hoje, um pouco grosseiro, mas na época isso era um troféu pra mim.
Mas esse negócio de viver em um universo extremamente feminino tem lá suas desvantagens. Não me tornei uma dondoca, mesmo porque minha condição financeira e essa sombra de Ana Machadão nem me permitem. Mas acabei vendo as tais desvantagens porque muitas vezes mesmo que involuntariamente acabava me tornando o “homem da casa”.
Tenho certeza que esse posto um dia foi da minha mãe. Da minha avó eu acho que nem tanto!
No começo eu achava até legal ser metida a durona, fortona. Afinal, me tornei aquele tipo de mulher que troca chuveiro, assenta tijolo, arruma o encanamento, carrega sempre a sacola mais pesada. Sou o filho que minha mãe não teve.
Mas hoje esse tipo de situação já não é mais tãããão legal assim. Além das dificuldades físicas que chegaram com a idade, a labirintite, a tendinite entre outros. O ato de executar essas tarefas já não são mais tão prazerosos.
Na verdade estou cansada sabe!
Mesmo porque, depois que “incorporei” esse personagem forte, másculo, ele parece que não quer mais me deixar. E mais, quer ter vida própria.
Quero me libertar, fazer um descarrego da masculinidade e da força. Que se dane a igualdade dos sexos!
Quero mais é ser paparicada, carregar apenas o pé de alface, no máximo um saco com meia dúzia de pães.
Afinal, não é fácil você ter um chuveiro queimado, um interruptor que não funciona ou um saco de ração de 25kg para ser guardado e ser obrigada a ouvir:Ah! Deixa que daqui a pouco o “Vartão” aqui de casa arruma ...

Só um lembrete: MÃE, MEU NOME NÃO É VALTER!