sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

QUE SUFOCO!


Queria ser pobre só um dia, porque todos os dias, não dá mais!”

Quem nunca ouviu ou até mesmo usou essa frase?!

Eu ultimamente, tenho dito com muito mais freqüência do que imaginei em toda a minha vida. Principalmente as 07:30 da manhã e as 18:00, horários perfeitos para quem precisa utilizar os serviços do metrô.
Todos os dias, embarco na estação Brás. Aquela... Onde tem a tal transferência gratuita da CPTM. Aliás, vamos combinar que se essa transferência fosse paga, seria praticamente o pedágio para o inferno. Mas graças a essa gratuidade, temos a honra de desfrutar também da companhia dos ilustres moradores do ABC e adjacências. Pessoas que dividem o Aperto Nosso de Cada Dia, dentro daqueles maravilhosos vagões, que são acima de tudo, extremamente ventilados.
Mas o que realmente deve ser mencionado e antes de qualquer coisa, valorizado, é a alegria que essas pessoas (e quando digo “Essas Pessoas”, refiro-me a todos os sofredores, OPS! Usuários, desse maravilhoso serviço público que atende pelo nome de METRÔ), tem ao embarcar e desembarcar.
Elas se acotovelam, se pisoteiam, se empurram e tudo isso com um sorriso no rosto. Nota-se de longe a alegria dessa gente, quando lá no final do túnel o tão esperado metrô aponta, já se pode ouvir os burburinhos e aquele bloco humano começa a se amontoar praticamente se jogando na linha férrea.
Se o metrô que para, aparenta ter 5 lugares vagos (lembrando-se sempre que será em pé), a alegria da galera está feita. Escuta-se aquele coro: ÊÊÊÊÊ ... Isso porque eles tem absoluta certeza que aqueles 5 lugares sofrerão o milagre da multiplicação, podendo se transformar em até 15 lugares. Claro, que dependendo da estrutura física e da disposição em arremessar a outra pessoa para o outro lado do vagão.
Passado-se isso, vem a árdua tarefa de manter-se em condições no mínimo apresentáveis para chegar ao seu destino. E isso não é fácil!
Afinal, a partir do momento que se é arremessado para dentro do vagão, só resta contar com a sorte. São cotovelos, joelhos, cabelos, bafos, puns... E claro, sem esquecer a famosa Encoxada. Eu mesma já presenciei inúmeras cenas. O metrô, para o seu movimento, e o caboclo que está confortavelmente acomodado em seu corpo, continua balançando. É impressionante!
Mas o que mais me deixa indignada é naturalidade das pessoas ao passar por isso.
Em todos esses dias em que estive observando, não vi ou ouvi sequer um esboço de educação ou gentileza. E por isso passei a me perguntar: Em que estação férrea desembarcou o, por favor, o com licença ou o obrigado?!
Se alguém os encontrar, peça por gentileza, para dar uma passadinha na linha vermelha do metrô!